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Agronégocio |
27/05/2012 - 20:25 |
Progresso de Mato Grosso enfrenta falta de infraestrutura |
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Foto: Divulgação |
Uol |
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Mato Grosso é hoje o maior produtor de soja do Brasil --só neste ano serão 21,4 milhões de toneladas, informou a reportagem de Morris Kachani neste domingo.
Para se ter um parâmetro, trinta anos atrás o Estado produzia 360 mil. É também o primeiro em algodão, girassol, o segundo em arroz e milho. O maior em pecuária. O PIB do Estado cresceu 89% na primeira década de 2000, 2,5 vezes a mais do que o país.
O grande cartão de visitas da região é a cidade de Lucas do Rio Verde (50 mil habitantes), que em 2009 apareceu no oitavo lugar no ranking de municípios brasileiros com o melhor índice de desenvolvimento social e econômico, de acordo com a Firjan. Os doze postos de saúde e as dez escolas municipais da cidade --algumas até com piscina-- apresentam-se em condições invejáveis.
Mas paradoxalmente, na mesma Lucas, verifica-se um percentual de 35% de saneamento básico. A grande concentração de terras --3% dos proprietários detêm 61% da terra do Estado, de acordo com o IBGE-- é outro ponto sensível.
Mas em termos de problemas de infraestrutura nada se compara à ausência de uma malha de transportes mais adequada para escoar o gigantesco fluxo de mercadorias. O trajeto terrestre até o porto de Santos, de 2012 km, por onde escoa 48% da exportação, custa mais que o dobro do que a travessia por mar até a China (20 mil km).
Pelo menos há perspectivas no horizonte. Os produtores aguardam ansiosos a conclusão do asfaltamento desta mesma BR em seu extremo norte, até Santarém - o que deve ocorrer até o final de 2013. Outra rota que leva a promessa de ser concluída até o ano que vem é o trecho que liga Rondonópolis à ferrovia Norte-Sul. A hidrovia pelo rio Madeira até Porto Velho em Rondônia é uma alternativa.
Lucas do Rio Verde vive hoje seu segundo ciclo de crescimento. Com o milho produzido na entressafra da soja, o município atraiu a instalação de um dos maiores frigoríficos de aves e suínos da América Latina, da Brasil Foods.
Com sua chegada em 2008, e de seus 3800 trabalhadores das regiões norte e nordeste do país, a maioria recebendo de um a dois salários mínimos, Lucas mudou de cara. A cidade, que tinha 30 mil habitantes, hoje tem 50 mil.
Muros foram erguidos nas casas, e os números de segurança pública pioraram. O índice de rotatividade dos trabalhadores do frigorífico é grande. O custo de vida é a principal reclamação dos trabalhadores. E a ausência de mão de obra qualificada, de quem os emprega.
O prefeito Marino Franz lembra que a cidade assumiu uma tarefa que seria do Estado, investindo R$ 1,5 milhão na obra. "Assim como o asfaltamento de uma estrada vicinal e a construção de uma usina hidrelétrica", acrescenta. |
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